Aprenda a fazer uma carta no vestibular

A carta é uma das modalidades redacionais que podem ser cobradas em vários vestibulares. Nela, podem aparecer outras tipologias textuais como a narração, a descrição e a dissertação. É por isso que, se você está estudando Português para passar, saiba que ela é chamada de modalidade redacional livre.

O que determinará qual desses tipos de texto predominará é o fim a que se destina. Decidido isso, passa-se a pensar na linguagem, por exemplo. Se o destinatário, por exemplo, for uma pessoa pública, uma autoridade, um órgão do governo, ela (a carta) deve observar procedimentos formais como:
  • disposição da data
  • colocação do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário);
  • Indormações claras sobre o remetente;
  • assinatura.
Se o vestibular oferece a possibilidade de escolher entre as várias modalidades e houver ali a opção pela carta, lembre-se de que o mais importante ali será o conteúdo e a linguagem.

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Coloco como exemplo uma proposta da Unicamp e a carta que a desenvolve.

Proposta de redação da unicamp – carta argumentativa

Enunciado da proposta de redação:

Suponha que você encontre no arquivo municipal de uma cidade mineira, uma caixa contendo documentos inéditos relacionados com a atividade de uma imprensa clandestina, que teria funcionado entre 1780 e 1789, em oposição a política à metrópole portuguesa no Brasil.
Suponha, também, que você se interesse por esses documentos e queira desenvolver uma pesquisa sobre o assunto.

Escreva uma carta ao Direto de uma entidade incentivadora de pesquisa, contando sua descoberta, expondo o interesse que ela tem enquanto objeto de estudo, comentando as principais questões a que você procurará responder na sua investigação, se possível, antecipando alguns dos eventuais resultados.

Nesse modelo, observe que:
  • 1º parágrafo introduz objetivamente o assunto, esclarecendo a finalidade da carta;
  • 2º parágrafo explica a descoberta;
  • 3º e 4º parágrafos expõem o interesse do achado enquanto objeto de estudo, antecipando eventuais resultados.
  • A conclusão da carta reitera a disposição para pesquisa por parte do emissor.

 Modelo de carta argumentativa

São Paulo, 30 de novembro de 1989. [local e data]

Ilmo. Sr. [destinatário]

Diretor do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa - CNPq [destinatário]

NESTA [destinatário]

Prezado Senhor, [Vocativo]

Venho solicitar do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa -  CNPq - informações referente à concessão de subsídios para desenvolver um projeto de pesquisa sobre o valor histórico de publicações clandestinas do século XVIII, encontradas em Minas Gerais. [Introdução: breve exposição do assunto]

Trata-se de uma coletânea de periódicos inéditos que obtive consultando o arquivo municipal de Congonhas do Campo, os quais atestam a existência de uma imprensa marginal cujos panfletos teriam circulado nas cidades de Vila Rica, Mariana, Sabará e São João Del Rei, entre 1780 e 1789. [Relato da descoberta]

O Estudo desse material permitirá reconstituir fatos Conjuração Mineira não revelados nos autos da devassa, nem registrados pela historiografia oficial, além de avaliar o caráter emancipacionista que norteou os ideais políticos-libertários do inconfidentes.

Caberia também a essa investigação apurar a importância desses documentos usados pelos conjurados para indispor a população das cidades mineiras contra abusos da metrópole portuguesa no Brasil. [Proposta da pesquisa e antecipação do eventuais resultados]

Assim, gostaria de inteirar-me sobre o interesse do CNPq em subvencionar esse trabalho, pois tenha a intenção de atuar como pesquisadora. Desde já grata, aguardo oportuna resposta. [fecho]

R.O.S [assinatura]

O texto teórico colocado neste post é uma adaptação do publicado no site Algo Sobre Vestibular.

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